Publicada em 20/03/2020

Dívida relativa à reembolso de IPTU não autoriza a penhora de bem de família do devedor

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por meio de decisão de 18 de fevereiro de 2020, entendeu que a cobrança de reembolso de dívida de IPTU movida por um particular contra aquele que, por contrato, deveria assumir a dívida, não equivale à execução de débitos tributários que autoriza a penhora do bem de família.

A discussão foi levada ao Judiciário na tentativa de caracterizar a cobrança de valores de reembolso de IPTU como tributo devido em função do imóvel familiar e, portanto, incidente no disposto no artigo 3º, inciso IV, da Lei 8.009/1990, que permitiria a penhora e execução de bem de família.

Ocorre que, em análise sobre o caso, o ministro Marco Aurélio Bellizze observou que o processo em que se deu a penhora não dizia respeito à cobrança de tributos devidos em função do imóvel familiar, como exige o inciso IV do artigo 3º da Lei 8.009/1990. Segundo ele, para que seja aplicada a exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista naquele dispositivo legal, "é preciso que o débito de natureza tributária seja proveniente do próprio imóvel que se pretende penhorar".

Trata-se de entendimento que atende ao princípio da interpretação restritiva aplicável nos casos de exceção à regra legal da proteção outorgada ao bem de família.

Compartilhe esta notícia

Leia também

Publicada em 01/03/2023
Após um longo processo para elaboração da regulamentação sobre a aplicação de sanções administrativas em razão de descumprimentos da Lei Geral de ...
Leia mais
Publicada em 10/01/2023
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) publicou dois novos enunciados que impactam as empresas em recuperação judicial. Através dos Enunciados XIX ...
Leia mais
Publicada em 21/12/2022
Em 24 de novembro de 2022 foi publicada a Portaria ME nº 10.031/2022. Ela alterou as disposições da Portaria ME nº 12.071/2021, que dispõe sobre a ...
Leia mais

Newsletter

Mantenha-se atualizado

Conheça nossa Rede Social